As mulheres estão envolvidas na computação desde a origem, com grandes nomes como Ada Lovelace, a primeira programadora da história, ou Mary Kenneth Keller, a primeira mulher a receber um diploma de pós graduação em computação.
Contudo, quando olhamos para esse cenário hoje em dia, a realidade é diferente. No Brasil, de acordo com os dados divulgados pelo YouthSpark, em 2019, apenas 25% dos cargos em áreas de tecnologia são ocupados por mulheres.
Para mudarmos essa realidade é preciso falar sobre os desafios na área de tecnologia, como será futuro em um dos mercados que mais cresce no mundo, as iniciativas que já estão sendo feitas para mudar essa realidade e o que está por vir.
Para isso convidamos quatro mulheres incríveis no cenário de tecnologia em Curitiba, para discutir o assunto, trazer insights e debater esse tema tão importante. São elas:

Se você não pode acompanhar ao vivo ou quer ver de novo, o conteúdo do “EBANX Meetup: Mulheres na Tecnologia” está disponível na íntegra no nosso canal no Youtube. Assim, você pode assistir quando quiser. Confira abaixo alguns dos tópicos abordados:
Como tem sido fazer parte do universo de tech e o que você está fazendo para mudar a realidade do número de mulheres que atuam em áreas técnicas de tecnologia?
Adri Quintas: Como mulher em áreas de tecnologia, nós iremos ser pioneiras, nós iremos viver e desbravar cenários que até então talvez nenhuma mulher tenha vivenciado. Isso se dá no dia a dia, por exemplo: eu como desenvolvedor full-stack, eu fui a primeira mulher na empresa em que eu trabalhava. Anos depois, a primeira gerente na área de TI. Então, nós seremos pioneiras. E, para mim, a maior lição é dar cada vez mais espaço para as mulheres: trazer elas para trabalharem comigo, dedicar 30 minutos para uma sessão de mentoria, levantar outras mulheres. Nós temos a responsabilidade de levantar outras mulheres, pois quando você dá suporte para uma, ela traz tantas outras junto, é uma rede de apoio. A diversidade traz benefícios para a empresa, para a educação, para a cultura e assim por diante.
Todos nós já escutamos que a tecnologia é o futuro. Mas ela tem de ser o futuro para todo mundo e por isso, nós precisamos nos posicionar sobre esse tema. Para você, quais os próximos passos que estão por vir no universo tech, o que está mudando e o que já rolou?
Melina: Olhando para a tecnologia, ainda mais nesse momento, é ela que está favorecendo o que estamos vivendo, por exemplo as reuniões por vídeo chamada. E, cada vez mais, as profissões estarão relacionadas a tecnologia, será necessário ter um entendimento de como ela funciona e como ela pode auxiliar. A tecnologia vai além de códigos de programação e desenvolvimento, ela pode transformar vidas de verdade. Ela não é mais algo para resolver momentos rotineiros de empresas, ela começa a entrar no dia a dia dos seres humanos. Já é muito raro ouvirmos que alguém não está envolvido com tecnologia, as pessoas já têm smartphones auxiliando elas e daqui para frente não tem mais como voltar atrás. Eu não consigo ver nenhuma profissão sem tecnologia nos próximos anos.
Karine: Estamos percebendo uma mudança muito rápida na maneira como as pessoas vivem. Como desenvolvedoras, como pessoas ligadas à área de tecnologia, nós precisamos pensar em como podemos resolver os problemas e as necessidades das pessoas. As necessidades atuais e as que vão surgir. Por isso, eu vejo que há muito mercado em tech, não apenas para criar linhas de código, para fazer pesquisas com os usuários, para testar se de fato a solução é acessível. Não adianta ter uma ideia de um milhão de dólares, se ela não resolver o problema das pessoas.
Além disso, vejo que temos de mudar questões culturais. É comprovado cientificamente que quando mulheres olham vagas no mercado, se elas não atingirem 100% os requisitos elas não se candidatam. Mas ela devem se candidatar. Se você atende 80% se inscrever, na entrevista você mostra todo o seu potencial, tudo aquilo que você já fez.
Os últimos dias foram marcados por transformações gigantesca. Passamos muito rápido para um modelo funcional de transformação digital que até então vínhamos caminhando em passos lentos. Isso, em todos os setores. Como tem sido sua experiência trabalhando remoto durante o período de quarentena, devido ao COVID-19? Quais os desafios e principalmente, quais os benefícios?
Maria: O maior movimento da quarentena foi tirar a gente da zona de conforto, fazer com que a gente se adaptasse a um novo lugar para trabalhar, a cuidar da rotina, a ter os timing para parar. E, na visão da gestão, a dar o suporte para toda a equipe. Tudo isso vem como aprendizado, nós temos de estar abertos às situações que a vida e o mundo nos colocam, temos de ser adaptáveis e isso é um ponto que a tecnologia também nos traz: estar todo o tempo mudando, se adaptando e aprendendo. Essa é uma fase para nos concentrarmos em fazer coisas diferente do que estávamos acostumados, de saber que iremos conquistar objetivos juntos e que não há motivos para deixar para depois, nós podemos começar agora e colher resultados desde já, isso vai gerar satisfação e questões positivas desde já.
Confira a entrevista na íntegra, com tradução para Libras, pelo canal do EBANX no Youtube.
Aproveita e conta pra gente, para você qual é o futuro da tecnologia?